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Memórias do Campo | Datas históricas de novembro

Por: Luiz Dalla Libera
18/11/2020 10:42
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O dia 1º de novembro até o ano de 1965 era um dos maiores feriados dos religiosos, no dia 02 é comemorado aos nossos saudosos finados que ainda temos saudades, já no dia 15 é o Dia da Proclamação da República, feriado oficial e também em 1959, quando tomou posse o segundo prefeito de Xaxim, Osmar Conte.

Dia 19 é o Dia da Bandeira Brasileira, dia 21, na Paróquia de Xaxim é o dia de Nossa Senhora da Saúde e por fim, dia 25 é o dia de Santa Catarina. Aqui, deveria ser feriado, não por respeito à santa, mas por respeito ao estado, como acontece em vários estados brasileiros, os prefeitos decretam vários feriados e feriadão clandestinos, não custaria o governo decretar mais um, porém, tudo bem.

Também para a família Dalla Libera, da linha Limeira, em Xaxim, há datas históricas. Por exemplo: no dia 06 de novembro de 1936 ocorreu o nascimento do primeiro menino na linha limeira, o meu irmão Carlos. Ele foi o único da comunidade a nascer e ainda vive lá até hoje, com 84 anos, com boa saúde, ajudando a família na lavoura e parreiral.

Eu não sou machista, mas recordista, também nesta coluna não poderia deixar de homenagear a irmã Elza que no dia 21 de novembro completa 82 anos. Ela foi a primeira a nascer na casa e na terra dos pais em Limeira. Provavelmente, foi a primeira menina a nascer na linha Limeira. Elza também tem boa saúde, apesar que, em 1979, sofreu um enfarte, mas se restabeleceu e sua saúde está 100% atualmente.

O segredo da longa vida nós temos a receita caseira, apesar de que muitos não têm o costume de usar essa receita caseira. Obs: não fume. Eu e meu irmão nos livramos do vício do tabagismo, porém, o nosso saudoso pai era fumante e não chegou a viver aos setenta anos de vida. Eu e Carlos sempre nos alimentamos bem, não comendo alimentos industrializados ou produzidos fora de casa.

Eu morei com meus pais até os 37 anos e nos mercados comprávamos só o necessário: alguns temperos, café, açúcar cristal em bolsas, sal comum, que também vinha em bolsas, usadas posteriormente na cozinha. Nada de sal ou açúcar refinado, muito mel e vários tipos de comida caseira.

Eu e meu irmão gostamos de comer bem, comer bem não é aquela mesa abundante e farta cheia de comida, com alimentos de melhor qualidade, mas sim, comer em tempo e calma. Outro segredo é a bebida, tanto eu e meu irmão a nossa bebida preferida nas refeições era um copo de vinho de preferência de boa qualidade e tinto, isso são médicos que aconselham.

Nesta coluna, não quero apenas homenagear os meus familiares, quero também trazer a memória relembrando de como era a vida há oitenta anos. Em agosto de 1936, Carlos saiu do interior de Guaporé (RS), quando ainda estava no ventre de sua mãe, grávida do sexto mês. Os pais vieram morar a fim de tentar uma vida melhor em Chapecó, no distrito de Xaxim, onde alguns gaúchos diziam: “CHAPECÓ ANDOVE IL DIAVOLO IL GLIA PERÇO I STIVALI, SANTA CATARINA IL DIAVOLO QUE LÀ STRASINA”. Em português: “Chapecó é onde que o diabo perdeu as botas! Santa Catarina, o diabo que a arraste”.

A mudança foi com carroça durante 14 dias até chegar em Xaxim. Após três meses, nasceu o meu irmão. Em Xaxim, naquele tempo, não havia profissionais da saúde nem a qualidade de hoje e em certos casos, Dona Ambrosina, esposa de Silvio Lunardi, tinha um pouco de prática porque seu pai era farmacêutico no seu pequeno comércio, eles vendiam algum remédio comum.

Em Chapecó, só havia farmacêuticos práticos, já médicos e hospitais só havia em Erechim e Joaçaba. A primeira vacina que meu Carlos tomou foi depois dos dez anos, assim mesmo, com poucos recursos completou 84 anos de idade e não conseguiu ficar parado.

Os nossos pais tiveram seis filhos e todos estão vivos, com boa saúde, porque isso é uma dádiva de Deus. Eu sou o mais novo próximo a completar 77 anos e a mais idosa, no dia de Natal, completará 86 primaveras. A menina gaúcha que em 1936 veio morar na linha Limeira e viveu lá 24 anos até o dia do casamento. As outras casaram e eu peguei outro ramo de vida e profissão.

Como a vida de hoje é muito diferente do passado, há tudo do melhor: saúde, educação, agricultura e outros setores de atividades, porém, o setor da saúde pública que a população mais reclama é o SUS, que eu acredito que merecemos um serviço melhor, em razão dos impostos que pagamos.

Impostos sempre teve. Antigamente, também pagava até aquela carroça que o pai veio de mudança, ela era emplacada fazia a troca de placa todos os anos. Ao pagar a taxa, eu me recordo tamanho e modelo das placas a cor era amarela e o tamanho era 20% do tamanho das placas dos carros.

O pai até tinha carteira de carroceiro para poder chegar em Xaxim para vender e comprar seus produtos, a maior venda era de suínos, que descontavam 1% dos impostos, o gado carneado para a festa também pagava-se uma taxa fixa baseada em média de 1%.

Enfim, o imposto era pouco, mas também não havia retorno para benefícios e saúde pública para a população. Muito obrigado ao Jornal Lê NOTÍCIAS pelo espaço concedido para eu poder divulgar as verdadeiras memórias antigas.


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